A marca “Obama” agradece a morte de “Osama”
Em 2008, em meio à maior crise econômica de todos os tempos, os Estados Unidos conheciam seu primeiro presidente negro, com sobrenome muçulmano e com 20% de verba de campanha destinada às mídias digitais. Barack Hussein Obama, um havaiano com pai queniano, elegia-se o homem mais poderoso do planeta, o mais novo presidente dos Estados Unidos da América.
A campanha de marketing político que o elegeu foi o maior fenômeno midiático que o mundo contemporâneo já assistiu. Obama é uma marca invejável, um homem carismático, com um currículo irretocável, um exemplo de pai de família, um exímio orador e que mobiliza e emociona multidões. Essa marca era tudo que o partido democrata precisava para desbancar o velho John McCain e os 8 oitos de George W. Bush. Obama adotou o slogan “Yes, we can” como mensagem central de toda a campanha e tudo associado ao “change”, ou seja, Obama era a mudança que os Estados Unidos da América necessitava para voltar a ser um país adorado pelo resto do mundo.
Na ocasião, o partido democrata utilizou-se do que havia de mais moderno e impactante no que tange estratégias de comunicação de marketing político. Os eleitores foram informados via torpedo SMS que o vice-presidente seria Joe Biden. Em videogames de jogos de basquete via-se placas publicitárias de Obama. Comerciais de 30 segundos, documentários, ações via mídias sociais como YouTube, Twitter, Aplicativo de iPhone, Facebook,e tudo mais que uma ação convencional de marketing de uma marca faz para angariar consumidores, nesse caso, eleitores.
O resultado não poderia ser outro. Obama virou presidente e a campanha de marketing que o elegeu ganhou Leão no aclamadíssimo Festival de Cannes, na categoria “Titanium”ou campanha de marketing integrado, que se utiliza do maior número de ferramentas do processo de comunicação e propaganda.
Dentro desse contexto, a morte de Osama Bin Laden cai uma luva para a marca Obama e para a sua, até então, tímida campanha de reeleição. Sua marca já entra na disputa fortalecida, Barack já entra com o rótulo do “presidente que caçou e eliminou Bin Laden”. Esse fato dá um impulso contundente para o desenrolar de toda a campanha, e não há dúvidas que o Obama e o partido democrata utilizarão esse fato para capitalizar popularidade e, conseqüentemente, intenções de voto dos americanos.
Uma prova disso são as fotos que foram divulgadas e que mostram Obama e toda a sua equipe na sala de comando do Governo Americano na noite que o terrorista chefe da Al Qaeda foi abatido. Fotos muito bem produzidas, muito bem feitas e que servirão como um prato cheio para serem utilizadas pela equipe de marketeiros de Obama em todas as peças de comunicação. Cabe a nós acompanhar a continuidade dessa história e ver como a campanha de reeleição se tornará ainda mais histórica que a primeira.
@marcoshiller, editor do Blog do Hiller.