O mobile chegou pra ficar, e o Facebook agradece.

por Camila Bellacosa

conectados no museuO Facebook está mudando a sua proposta de valor. O que antes era um canal gratuito de distribuição, agora é cada vez mais uma plataforma de publicidade segmentada. O marco dessa mudança foi a alteração de seus algoritmos que fez com que se reduzisse o alcance orgânico dos posts das marcas para pouco mais de 1% da base de seus fãs. Isto significa que agora é preciso pagar para alcançar o público almejado.

Apesar do descontentamento de muitas marcas e formadores de opinião, as ações do Facebook atingiram máxima recorde na última quinta-feira 24/07. Este fenômeno se deu por conta de um aumento da receita com publicidade em dispositivos móveis que ajudou a rede social a superar estimativas de analistas para os resultados trimestrais.

Segundo uma pesquisa divulgada pela Internet Trends Report, o segmento “mobile” vem ganhando cada vez mais espaço, refletindo no sucesso das redes sociais. O Brasil já está entre os cinco mercados mais importantes no segmento mobile, e seus usuários gastam mais tempo em smartphones e tablets do que em outros dispositivos, de acordo com estudo realizado pela Millward Brown, e é claro que as marcas estão acompanhando este movimento. Em uma apresentação cheia de estatísticas e tendências feita pelo presidente da eMarketer, Geoff Ramsey, na Digital & Social Media Conference, promovida pela Association of National Advertisers (ANA) norte-americana, mostra que apesar da TV continuar reinando, o uso combinado dos desktops com os dispositivos móveis já é maior do que a média da televisão de 4 horas e 28 minutos por dia. O mobile tem estado também à frente do desktop, superando a sua média de 2 horas e 12 minutos de uso diário em mais 29 minutos, segundo Ramsey.

Dados da comScore dizem que 70% de todo o tempo gasto em redes sociais em geral ocorre em smartphones e que além disso, 30% dos usuários que acessam a rede social utilizam apenas o celular, o que comprova a tendência mundial ao mobile fist (e em muitos casos, mobile only) e justificam as resultados positivos da maior rede social do mundo. No balanço financeiro do segundo trimestre divulgado pelo Facebook, 62% dos lucros foram provenientes de publicidade móvel. Uma nova realidade para a empresa que só incluiu este formato na plataforma há dois anos e deixa clara a sua movimentação para se tornar uma companhia cada vez mais mobile.

Estamos em um momento de rever estratégias. O negócio principal do Facebook é a publicidade, como a própria diretora de Operações do Facebook, Sheryl Sandberg afirmou. Desta maneira, como parte de sua estratégia para capturar e ampliar seus ganhos no crescente mercado da publicidade digital, o Facebook tem direcionado esforços para aprimorar seus modelos de anúncios. Isto inclui aquisições, lançamento de serviços financeiros e estratégias para atrair anunciantes entre as pequenas e médias empresas. E neste cenário, o Brasil é um dos principais focos.

Para especialistas, até o final do ano o Facebook irá representar 9,5% do mercado de anúncios digitais dos Estados Unidos. E falando na terra do Tio Sam, a previsão é que os gastos com publicidade móvel superarem os 58 bilhões de dólares e capturarem 71% de todos os gastos com publicidade digital até 2018, de acordo com a eMarketer.

Assim como o Facebook, muitas outras empresas estão estudando este novo cenário e adaptando suas estratégias para o mercado mobile. Muitas são dependentes das redes sociais e precisam repensar ações que aumentem o engajamento dos consumidores, concretize vendas e construa valor de marca neste novo formato.Não há mais espaço no mercado para marcas que ainda não entenderam que o mobile chegou, e chegou para ficar.

Camila Bellacosa

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