Baby Business Man
Pense na seguinte situação… Você já tem lá os seus 40, 50 anos, já está no mercado em uma posição estabelecida, já tem uma larga experiência em negócios ou seja você já adquiriu um perfil que o mercado chama de sênior. Nenhum problema até aqui, certo?!
Aí em algum destes dias em alguma destas salas de reunião você se depara com um jovem executivo que provavelmente tem 10 ou 15 anos a menos do que você e que, para sua alegria, entende tão bem de negócios como você. Qual sua reação? Vamos supor uma: você se irrita porque o jovem executivo, além de saber tanto quanto você, demonstra ser ambicioso ou arrogante ou, sempre pode ser pior, ambos.
Ok, vamos lá.
Primeiro é preciso analisar se realmente este jovem executivo se comporta com níveis atmosféricos de arrogância ou ambição ou se o problema está em você e não nele. Sim, estou falando de preconceito seu em relação a alguém mais jovem e tão bom quanto você!
Isso doeu? Calma, é normal. O ser humano não aceita alguém que saiba mais do que ele: vaidade é da natureza humana. Agora se esta pessoa além de saber mais do que você for mais jovem aí sim que a corda aperta. Como disse, o nome disso é um só: preconceito.
Mas vamos supor que o executivo realmente seja ambicioso ou arrogante. É difícil lidar com gente assim? Claro que é! Independente de idade ou sexo, a arrogância e vaidade são características que realmente nos constrangem, nos irritam e alguns casos nos humilham. Pior que geralmente estas características são a regra enquanto que humildade é exceção. Fazer o que?! Há o que fazer?! Sim, há.
Vou ser direto. O que eu sugiro diante de um caso nítido de arrogância extrema em um jovem executivo imberbe é muito simples. Toda vez que sento na frente de um jovem com este perfil eu simulo que estou negociando comigo mesmo, só que a quinze anos atrás. Sim, exatamente isso! Eu me ponho no lugar onde todos invariavelmente estivemos – o trono da verdade – e que Graças a Deus a experiência nos tirou de lá… tirou, certo?!
Faça este exercício. Depois que eu percebo que eu também já fui assim e que isto invariavelmente passa, os negócios fluem melhor. Você se torna mais compreensivo com o jovem e antigo “consigo mesmo”.
Ah, sim. Se você não conseguiu entender a solução que apresentei aqui, preocupe-se. A vaidade não tem idade e pode estar colada como um rótulo em você. Portanto, perceba-se antes que alguém perceba isso por e em você numa sala de reunião qualquer. Se for comigo, eu não aviso. Eu perco a piada, mas não perco o negócio.
Olavo Furtado (olavofurtado@uol.com.br) é doutor em ciências sociais pela UNICAMP e escreve no nosso portal.