Luzes, Câmera, Criação!
O que realmente motiva processo criativo no mundo da comunicação? A criatividade hoje pode ser amparada de diversas técnicas e métodos que conduzem esse importante processo a uma melhor conexão aos consumidores. Durante o processo de planejamento de uma estratégia criativa, os profissionais de criação são hoje subsidiados de inúmeras ferramentas, desde as mais científicas como antropologia, psicologia, e até novos métodos de pesquisa de mercado. Um dos grande problemas da pesquisa por exemplo é que todas as empresas fazem pesquisa, e às vezes, ouvem os mesmos clientes. E uma outra dúvida: pesquisa funciona? Steve Jobs nunca fez uma sessão de focus group com os consumidores da Apple. E indo mais distante Henry Ford também não fazia pesquisa pra nada: “Se eu fosse perguntar ao meus consumidores o que eles queriam, certamente iriam dizer que queriam um cavalo mais veloz”, dizia o pai do ‘belíssimo’ Ford T.
Em contrapartida, raras são as empresas que enxergam a semiótica, por exemplo, com uma ferramenta estratégica que pode guiar um processo criativo e interpretar de forma mais sofisticada todo o efeito de sentido que uma mensagem pode gerar.
Já a associação com personagens, celebridades e seres lúdicos torna-se uma tendência muito presente nas mensagens publicitárias hoje em dia. Grande parte dos anunciantes se utilizam de uma boa dose de ludicidade e utilizam bichinhos e seres sobrenaturais para tentar se conectar com o consumidor, desde bancos, até telefonia, até mesmo grande montadoras. Será que esse é o caminho?
Na prática, o que se evidencia são profissionais da criação forçados por seus clientes a calibrar seu esforço criativo de acordo com um orçamento pré-determinado, uma inédita saturação de mensagens que implica na não-decodificação do receptor, e principalmente, uma descrença geral dos consumidores em relação a meios tradicionais de comunicação. A gente sabe que estão tentando nos bombardear com algo, nos enfiar algo goela abaixo, e eu não quero! Percebe-se no universo midiático formas muito previsíveis e muito pragmáticas para se conectar ao consumidor, e nesse contexto, chegar a uma big idea torna-se uma tarefa cada vez mais complexa. Conclusão: joga a palavra “Cannes Lions” no YouTube e inspire-se!
por Marcos Hiller, editor desse blog.