Na velocidade de cruzeiro

 

Uma das melhores qualidades para um homem de negócios é saber esperar. Há várias qualidades que podem ser enumeradas aqui ou em qualquer livro de administração. Mas saber esperar é algo louvável.

É preciso entender o que é esperar. Não é ficar parado. E muito menos correr demais. Se fosse para definir uma velocidade seria aquela de cruzeiro, aquela velocidade que está de acordo com o ambiente. Se o mar está azul, tranqüilo, você não acelera e nem freia. Você mantém o acelerador na velocidade de cruzeiro.

As vezes quando um negócio não sai, você precisa ir lá e dar um toquinho, de leve, como se ele precisasse ser acordado, empurrado ligeiramente para ver se está vivo. Diferentemente as vezes é preciso parar, não mexer, deixar as coisas cozinharem, deixar a massa descansar e chegar no ponto exato se não desanda. Esperar é isso, saber dosar a ação entre estes dois momentos.

Se um empresário é ansioso, quer correr demais, ou o negócio não sai ou pode até sair, mas provavelmente poderia ter saído melhor. Por outro lado se o empresário é lento, pensa demais – veja bem, eu disse “pensa demais” e não disse que “não pensa” – pois bem se o empresário é daqueles que pensa demais, que quer analisar todas as variáveis possíveis, todas as possibilidades e riscos como se isso – enumerar todas as possibilidades e riscos – fosse possível, ele com certeza não está na velocidade certa, se bobear está parado e não percebe. E não esquece: Pra cada um que tem a roda presa, tem uns cem outros em velocidade de cruzeiro.

Portanto, parodiando o futebol, posso dizer que negócios se resumem a uma palavra: bolada. Dependendo da velocidade algumas boladas vão pro bolso. Outras, vão pra testa. Qual você gostaria de levar?

Olavo Furtado (olavofurtado@uol.com.br) é colunista desse portal

 

 

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